O principal componente da mistura é
o "Carbon Black" conhecido popularmente como "Negro de
Fumo". Esta substância na verdade é o carbono em dispersão muito fina,
obtido por combustão incompleta de gás natural (do petróleo), fazendo parte dos
Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos (HPAs) conforme a norma número 15 do
Ministério do Trabalho. Muito empregado na indústria, principalmente da
borracha, como carga reforçada e como pigmento preto é uma das matérias primas
para a fabricação de pneus, mas também de toners para fotocopiadoras e
impressoras de computador, sendo a mesma fuligem que sai do escapamento dos
carros desregulados, fruto da queima incompleta do combustível. Ou seja, o
componente básico do pneu da sua moto é o mesmo que faz a pigmentação da sua
impressora.
Além do "Negro de Fumo",
elastômeros e outros 6 "ingredientes" são adicionados à mistura.
Já em formato de "pasta",
o futuro pneu começa a passar por uma grande quantidade de rolos, iguais
àqueles que a sua querida bisavó utilizava para fazer massas. Na indústria,
estes rolos são denominados "Cilindros Bamburys".
Após a primeira passagem pelos
cilindros, o futuro pneu tem o formato de pequenas metas, retangulares. Elas
são devidamente selecionadas, marcadas e organizadas, pois como possuem
componentes para modelos específicos, não podem ser confundidos com as que
serão utilizados em produtos diferentes. É necessária muita organização, pois
todas estas "mantas" possuem a mesma cor e textura.
Após a passagem por mais uma nova
sequência de "Bumburys", o material será utilizado para a fabricação
dos componentes que juntos formarão o pneu. Basicamente o pneu é composto por
LONAS, BANDA DE RODAGEM e o TALÃO.
Passamos então pela
"Calandra", equipamento que produz as lonas. Nesta máquina, uma
espécie de sanduíche é feita, com duas parte de borracha envolvendo um tecido
de nylon trançado. Este processo visa evitar que o pneu se rasgue completamente
após sofrer uma perfuração, bem como garante a estabilidade do pneu durante sua
utilização, principalmente nas curvas. As lonas também evitam a perda de
pressão de ar. Elas ficam na parte interna da Banda de Rodagem, que é feita com
borracha grossa cujo formato surge após o processo de vulcanização. Após o
"sanduichamento", a lona é enrolada como uma enorme bobina.
Pega- se então a bobina e em uma
mesa, operada por computador, são feitos os cortes transversais nas lonas, que
são colocadas por baixo da "banda de rodagem". Por falar nisso, ao
mesmo tempo, uma outra seção de "Bamburys" está está liberando as
bandas de rodagem, com uma camada de borracha mais grossa. Elas também são
enroladas em bobinas, porém antes são marcadas com uma espécie de
"chancela", que determina para qual modelo de pneu é destinada.
O último componente é o talão, um
feixe inelástico mas flexível, feito de arames isolados com borracha. O talão
tem como funções principais fixar o pneu no aro e evitar seu deslizamento na
roda. Para sua fabricação são necessárias máquinas que "puxam" fios
de aço, os quais passam por dentro de uma espécie de mini- forno de pressão,
onde recebem a borracha e formam um firme filete circular, que será montado em
cada uma das laterais do pneu.
A grande maioria dos pneus de moto,
possui um sentido de rotação. Se você observar, do lado de fora do pneu há
uma seta. Você sabe o motivo? Pois então, exatamente nesta parte do processo,
quando a banda de rodagem é montada, uma parte fica ligeiramente "por
cima" da outra. Imagine por exemplo, uma régua feita de papel. Se você
unir as duas extremidades dela, irá obter um círculo. Porém, para colar estas
pontas, obrigatoriamente uma terá que ficar por cima da outra. Feito isso,
imagine- a como um pneu, em atrito com o solo. Você entenderá que o sentido de
rotação deverá ser de tal forma que a emenda passe primeiro no chão com a
"parte de cima". Se fosse o contrário, haveria um risco do pneu se
desgastar a ponto de "abrir". Ou seja, é uma questão de segurança,
precaução. Por isso, de olho no sentido do pneu, pois é uma medida tomada a seu
favor!
A vulcanização um dos processos mais
importantes: a de dar consistência à borracha. O pneu é colocado em uma prensa
sob determinada temperatura, pressão e tempo. Em cada prensa há um molde com as
características específicas de cada produto para determinar a forma final e o
desenho da banda de rodagem.
Depois desse processo, o
pneu passa pela inspeção final, onde são retiradas eventuais imperfeições e
feitos testes para sua liberação, garantindo a confiabilidade no desempenho.
Fonte: Revista Pro Moto Edição 101, pág. 34
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